Saturday, 29 August 2009

Futuro





Pendurei este mural ontem, sem saber ainda o que quero colocar nele. Enquanto olhava para ele antes de dormir, já que ficou logo em frente à minha cama, me dei conta de que ele está bem representativo de como estou me sentindo.
Hoje percebo que a maior parte das escolhas que fiz no passado foram direcionados por uma busca para diminuir a minha dor. E hoje penso, se quando conseguir ficar melhor, se ainda vou ter os mesmos interesses. Talvez descubra que nunca gostei de psicologia, que dança não tem nada a ver comigo, entre outras coisas. E isso me dá uma enorme sensação de vazio, de com o que vou preencher minha vida.
Ao mesmo tempo, o mural está vazio. Não tem regras, limites de coisas que podem ser colocadas nele, limites quanto à variedade, eu posso preencher como eu quiser, no tempo que eu quiser. E sabe, nesses horas tenho muita esperança do que vem pela frente.

Ah, e pra quem está curioso, o único desenho foi minha tentativa de fazer uma flor de lótus, que aprendi nas aulas de desenho geométrico de duzentos anos atrás. Querer fazer essa flor foi resultado de um sentimento/insight que tive esses dias. E pesquisando achei algo bem interessante em um site que agora não consegui achar de novo:

"A flor de lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram
Apesar de suas raízes estarem na profundidade sombria desse mundo, sua cabeça está erguida na totalidade da luz."


Gostei das semelhanças com certas coisas que tenho pensado, discutido. Às vezes sinto que é inevitável pensar no 'nada é por acaso'.

Ah, o link para imagem da flor é esse aqui (obviamente não a que eu desenhei, essa só o M. vê, e isso porque eu não tenho opção).

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje3cxVtAacR3-7sFUZvZplp0cY-SFrRq4KuQqyxK6yWpw24cUzjknpbgx4bRwBMCGYYK2CbcYY5APXagpQpDzc8WoMbWMV7f7n8Rg3W9X_JqVclG7QKhZ4rekfVVfYiJb2tMpjqadsLSM/s400/flor_de_lotus_imagelarge.jpg

Wednesday, 26 August 2009

Poema #7

Estou me sentindo o Álvares de Azevedo da nossa geração. Só espero não morrer de tuberculose. Se bem que é melhor que gripe suína (odeio modinhas).
Ah, e pra quem não aprecia humor negro, get used to it.
E juro que isso não é uma carta de despedida, é só um desabafo. Que ajudou a aliviar um pouco da angústia, por sinal.
Gemidos ecoam no quarto vazio
A mão da angústia comprime meu coração, o sufoca
Tento conter os tremores, mas a dor quer sair por algum lugar
Sinto que não tenho mais forças para suportá-la
Ela toma conta, e nada resta
Só o desespero, que parece não ter fim
As pílulas parecem não fazer efeito
A angústia tomou conta de mim
Sou uma com ela, e nada pode nos separar

Friday, 21 August 2009

Sons

Você já tentou ouvir música com seu corpo (além dos ouvidos)? E eu não quero dizer ouvir o ritmo e acompanhar numa dança, mas realmente prestar atenção em qual parte do corpo cada instrumento vibra?
Lembro de uma vez ter pontuado pra uma aluna (e espero que ela ainda lembre) que geralmente som de bateria comum costuma reverberar no peito, enquanto um derback (instrumento de percussão muito usado em dança do ventre) reverbera no ventre. (Bom, eu já diria direto que é no útero, mas imagino que homens sentiriam alguma coisa diferente também, só nunca perguntei pra nenhum). Ah, aviso importante, nessa época eu ainda não tomava medicamentos pra controlar minha saúde mental, rsrs.

Mas outro dia estava ouvindo música, e percebi que se você parar pra prestar atenção isso é verdade pra qualquer instrumento. Alguns são mais difíceis de perceber, mas dá pra sentir que cada um escolhe um caminho pra seguir no corpo. E é uma sensação completamente diferente de se seguir um ritmo quando se está dançando, apesar de que às vezes a sensação quando o som chega ao seu destino é a de que ele praticamente pede um movimento, que deixando-se fluir tornaria-se dança. (E para os cientistas de plantão, agora eu estou medicada, com minha saúde mental quase controlada, então aí está, temos um "grupo" de controle em mim mesma, hehe)

Anyway, sugiro aos interessados em música e dança que façam essa prática. Vocês também estão livres pra deixar comentários dizendo que eu estou mais louca do que vocês pensavam. Mas pra quem é tão louco quanto eu (o que é quase a maioria das pessoas que foram convidadas a ler esse blog :p), façam o experimento e dividam suas sensações.

PS: Ahhh, e a tal aluna achando que estava livre dos meus projetos malucos. Tadinha...

PS 2: Esse post poderia ter sido muito mais comprido, por que eu tenho muito mais a falar sobre esse assunto. Mas eu estou com preguiça, e também não sei quão interessante vocês vão achar. Assim sendo, dependo da resposta, posso desenvolver uma série aprofundando mais alguns detalhes.

Thursday, 20 August 2009

Poema #6

Respondendo ao desafio, esse em português.
Cuidado que eu cobro depois, hein?

Sem chão, ao pisar, tranço as pernas.
Algumas memórias, pra que lembrar?
Às vezes não sobra nada.
Preferia que não sobrasse nada.
Tanto tempo foi perdido.
Tanta coisa sem ser feita.
Tanto tempo sem apoio.
Como se constrói uma vida do nada?
Não sei por onde começar.
Como quero que ela seja.
Quanto ainda posso fazer?
Já não será tarde demais?
15 anos se passaram.
Algum dia, esse tempo volta?

Monday, 17 August 2009

Poem #5

Empolguei nos poemas agora. Acho que esse tá menos pesado pelo menos ;).

It burns, it beats.
There's rhythm, but there's calm.
It moves you, it keeps you alive.
Is it that keeps your feelings?
Is it that holds the hurt?
What's in there, runs through you.
Does it change you?
What it feeds you, makes you who you are?
How do you talk to it?
How do you care for it?
Is it your core?
Do you live in it? Or outside, searching?
Do you talk to it?
What does it say to you?
Can you hear it?
Can you hear the sound of your heart?

Sunday, 16 August 2009

Poem #4

  1. Desculpem, eu odeio escrever poesia em português. Não sei porque, mas simplesmente às vezes é mais fácil expressar o que estou sentindo em inglês.
  2. Talvez vocês achem pesado. Bastante. É a verdade. Eu quero que as pessoas saibam o que eu estou sentindo. Eu não sou a única que se sente assim. Obviamente, se decidi publicar, estou aberta a perguntas ;).
  3. Não precisam entrar em desespero. Eu não estou bem, mas estou sendo tratada. Tudo sob controle (quase sempre ;))

A raw heart
Bleeding feelings
Anguish
It hasn't a beginning
Feeling low
The world is on top of you
Feeling high
The world is too small, to many things to do
You feel alone
You can't explain these feelings
You want the world to know who you are
You want them to know what you can do
And you want them to know you are in too much pain
But they'll never really know
They'll never really understand
This is you. Only you.

Wednesday, 5 August 2009

Arrumações

Acho que meu armário nunca esteve tão arrumado nos últimos 10 anos (e isso provavelmente pq quem arrumava era minha mãe ou a empregada :/)




Acho que se pode que considerar um sinal de melhora. Pelo menos eu estou considerando um sinal de melhora de ambiente porque está beeeem mais fácil achar as coisas, rsrsrs.

Mas sem brincadeiras, já estou tendo mais momentos altos e nem tantos baixos. Claro que alguns podem chamar os momentos altos de mania, mas pra mim é tudo questão de semântica, hehehe.

Agora só falta uma gaveta pra que eu possa considerar meu quarto arrumado a meu gosto, e pretendo fazer isso amanhã. Honestamente, não estou nem acreditando. A bagunça estava tão grande que parecia impossível por ordem em tudo. E agora tudo está caminhando. Bom, pra quem meia palavra basta, ou para os vários psicólogos de plantão, acho que isso sim é um grande sinal de melhora ;)