Monday, 28 September 2009

Conto I - Parte II

Pra quem tá chegando agora, não esqueçam de ler o que já foi postado antes.

II Parte

Nyra começou falando:
- Tudo bem, vou aparecer. Mas fique calmo, e tente não se assustar comigo. Qualquer reação exagerada sua poderá ser fatal.
- O-o-okay – respondeu William, tremendo, supondo que algum ladrão tivesse invadido a sua casa.
- Certo, aqui estou.
- Aqui onde?
- Na sua frente, oras.
- Que espécie de brincadeira é essa? Não estou vendo nada.
- Nada?!? Estou logo diante de você, em cima dos seus livros.
Então William percebeu uma pequenina criatura. Parecia uma fadinha, mas esse tipo de coisa não existia de verdade, era tudo mito. Devia estar alucinando por estar desidratado ou algo do tipo. Virou em direção a geladeira para pegar algo para tomar, dizendo:
- Ótimo, agora estou vendo fadas.
- Olha, não é de bom tom começar uma conversa com ofensas. Eu sou uma Pixy.
- Uma o quê?
- Somos pequeninas criaturas, vivemos perto de árvores e do verde e de vez em quando ajudamos humanos. - “Porque ainda não entendi” - pensou Nyra
William olhou com mais atenção e viu uma criatura que lembrava a mistura de uma fada (por ser pequena e delicada, além de ter asas) e um elfo (pelas orelhas pontudas e cabelos da cor do Sol). Ela vestia um traje cinza, muito parecido com um vestido. Tinha cabelos longos, e parecia ao mesmo tempo ser frágil como um mosquito e arisca como um gato selvagem. Tinha mais ou menos o tamanho de um polegar, da unha até o pulso.
- Ahn, bem, desculpe por tê-la ofendido. - disse William, sem saber porque estava conversando com a sua alucinação.
- Tudo bem – disse Nyra, simplesmente porque tinha prometido à Maysta que seria o mais educada possível.
- E dona Pixy...
- Nyra, por favor.
- Okay, Nyra. - “senhor, até nome ela tem” pensou William – é comum pessoas do seu mundo andarem pelo meu mundo?
- É sim. O que não é nem um pouco comum é sermos percebidos.
- Então por que estou te ouvindo o dia inteiro?
- Provavelmente porque a Sábia tinha razão e há algo de especial em você.
- Como o quê, por exemplo?
- Fui enviada para ajudar um jovem a aprender a lidar com a sua sensibilidade, e dessa forma encontrar um propósito no mundo.
- Sua... Sábia.... disse isso?
- Sim. Fui treinada durante anos pela Sábia da Música, Maysta, para conhecer todos os estilos musicais de todos os mundos, e para entender o efeito que a música tem nas pessoas desses mundos.
- E eu sou quem você procura? Eu nem tenho nenhum interesse particular em música?
- É por isso que estou aqui.

4 comments:

voyager said...

Já que a postagem está sendo rápida, por que você não manda tudo de uma vez e acaba com o nosso sofrimento?

Halley said...

"No seu caderninho de notas, escreva um sonho que você gostaria de sonhar enquanto dorme. Mas não um sonho que você queira ver se realizar...simplesmente um sonho que você queira sonhar...crie o cenário com precisão, mas deixe o resto por conta da imaginação". È o que diz Pigani para provarmos momentos de verdadeiro bem-estar.
Que bom que você está nos permitindo partilhar desse estado de espírito...

Anonymous said...

Por falar em música e o efeito que causa nas pessoas, ouvi dizer que uma única nota musical pode dissipar a névoa de uma solidão que se estende ao infinito...Acho que a Nayra vai ter muito trabalho; há uma infinidade de seres precisando que lhes ajudem a lidar com sua sensibilidade e, quem sabe, proporcionar bons momentos a que quem queira qproveitar!

Isabel said...

Adorei esse início de conversa! Parece que a Nyra tem uma excelente habilidade com as palavras (e uma presença delicada, uma certa fragilidade e muita determinação) vamos ver o que ela consegue fazer pelo Willian... Ele também tem muitas questões, mas pode ouví-la. Bela imagem!
Um beijo,
Isabel
PS: lembrei de duas coisas disparatadas e não sei como elas se conectam (e sequer se isso é possível), mas senti vontade de te falar.
1) Tem um livro, ou melhor, dois livros deliciosos de um autor chamado Odilon Moraes. Não sei se você o conhece. Ambos foram muito elogiados pela crítica: "Pedro e a lua" e "A princesinha medrosa". Ele é um artista que, entre outras coisas, se dedica a escrever livros para "crianças" e ilustrá-los. São lindos! Lembrei deles agora. Se tiver vontade, dê uma olhadinha neles; eu li na livraria mesmo.
2)a outra coisa é uma espécie de piada que li em um livro sobre um dos meus autores prediletos, Guimarães Rosa. Ele adorava bichos, adorava de verdade. Principalmente gatos e papagaios, mas parece que onças também. Bom... o engraçado é que o papagaio dele além de ter ciúmes dos gatos, detestava ouvir samba; mas, em conpensação, entrva em êxtase quando ouvia Wagner. Vai entender, né?
outro beijo
ihhh... virou uma carta (rsrs)