Tuesday, 29 September 2009

Conto I - Parte III e Epílogo

Então, para acabar com o sofrimento de vocês, hoje posto tudo. Espero que gostem! E quem não leu as três partes anteriores não esqueçam de voltar até o Prólogo. Vocês não vão querer estragar o ritmo da história. ;)

III Parte

- Então – disse Nyra – primeira parte do nosso projeto. Vamos a Bergen, na Noruega.
- O QUÊ?
- Sim, tem algo lá que preciso te mostrar. Sem isso, todos os outros passos ficarão bem mais complicados.
- Mas como assim, não posso sair viajando desse jeito.
- Como não? Você não terá mais aulas pelos próximos dois dias e você tem uma certa reserva de dinheiro, não? Podemos ir tranquilamente.
- E se eu não concordar?
- Olha, se você não tivesse percebido minha presença, eu teria formas de persuadi-lo. Agora você pode saber o que está acontecendo, mas eu ainda tenho essas formas. E você quer saber qual sua relação com a música, não quer?
E sem perceber, William tinha sido persuadido.

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Quando se deu conta, William já estava em Bergen, em frente a uma igreja gótica. O tempo estava fechando.
- Ainda me sinto em Oxford.
- Se vai chover, é melhor entrarmos, não?
- Mas o que estamos fazendo aqui?
- Viemos ver uma apresentação de órgão, oras.
- Mas por que precisamos vir até aqui para...
Calou-se, porque a apresentação já estava começando. Pelo menos respeito à arte ele possuía, e muito. Uma fuga de Bach estava tocando. Sentaram nos bancos do fundo, e William nem percebeu quando Nyra jogou uma fina poeira sobre ele.

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- Nyra, foi maravilhoso. Nunca imaginei que algo desse tipo pudesse ser tão cativante, envolvente.
- Sim, e o que mais você sentiu?
- É estranho, mas parece que em um determinado momento eu me tornei um com a música, podia senti-la pulsando em meu corpo.
- E...?
- E... e... tive a impressão de que podia sentir cada pessoa que já havia passado por aquela igreja, músicos e espectadores. Podia sentir tudo, suas dores, suas alegrias, suas vidas inteiras. De todo mundo que passou por lá desde que essa igreja existe.
- Ótimo. – disse Nyra – Agora à Londres.

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Chegaram a Covent Garden, um dos centros de comprar e entretenimento de Londres. Foram em direção à Covent Garden Piazza.
William podia ouvir uma música muito alegre tocando ao fundo, mas não sabia o que era.
- Isso é Vivaldi – disse Nyra - “A Primavera”. E mais uma vez, William não percebeu a fina poeira.
William ficou vidrado durante toda a apresentação. Era levado pela música, pra cima, pra baixo. Em alguns momentos sentia vontade de sair dançando, precisava se segurar para não fazê-lo. Em outros ficava cabisbaixo, introvertido. E seus sentimentos eram levados pela música. Chegou a perceber uma lágrima querendo escorrer, e a limpou rapidamente, envergonhado.
- Okay – disse Nyra – suficiente. Agora à Paris.

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E mais uma vez, antes que se desse conta, William já estava lá, aos pés das escadarias da Basílica de Sacré-Coeur, ponto turístico famoso de Paris.
- Agora, quero quer preste especial atenção ao músico no centro do círculo.
E mais uma vez a poeira voou, sem a atenção de William.

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Essa foi a experiência mais forte de todas. Dessa vez, já sabia que era a mesma peça de Vivaldi ouvida em Covent Garden. William sentiu como se ele próprio fosse aquele músico. E sentiu como, no momento em que tocava, só sentia a música, o dedilhar no violino, o rápido movimento do arco. Se sentia dominado, completamente entregue àquilo. No clímax da música, sentiu-se chegando a um êxtase e sentiu que portas que estavam fechadas nele há muito tempo se abriram e sabia que nunca mais conseguiria fechá-las. Desta vez não resistiu, desceu ao chão e deixou as lágrimas escorrerem.
Nyra observou aquilo impressionada, com William e consigo mesma. Nunca imaginaria que ele realmente passaria pela transformação completamente e tão rápido. E que ela ficaria tão emocionada e orgulhosa ao presenciar esse processo. Sentiu algo mudar nela também e se recordou da experiência que William descreveu em Bergen. Não só era possível sentir e reconhecer a vida de todas as pessoas, mas também de todas as raças, de todos os mundos. Nyra sentou no ombro de William e chorou também.

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Epílogo

Nyra conseguiu permissão do Sábio Superior, Petreks, para voltar ao mundo de William. Afinal, ela tinha se provado muito capaz ao completar sua missão com tanto sucesso.
Todos no plano dos Pixies estavam orgulhosos do que ela tinha conseguido. Não só tinha atingido seus objetivos em tempo recorde, como as mudanças nela mesma eram óbvias. Tinha adquirido um respeito muito maior por todos e desenvolvido um olhar para talentos, ajudando outros Pixies e implorando por novas missões a outros mundos para poder ajudar outras criaturas. Mas nunca precisava implorar muito porque sempre havia alguém precisando de ajuda e Nyra provou que dava conta do recado.
Além de que tinha desenvolvido todo um novo gosto pela música, ela mesma agora sentindo tudo com mais emoção, deixando essa emoção levá-la onde quer que fosse.

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Nyra chegou nesse mundo já na igreja onde William tocaria. Era uma apresentação especial, usando instrumentos de época, realizada em uma igreja com uma acústica peculiar. Nyra logo viu William afinando seu violino. Seus olhos encheram de lágrimas. Sentia muito orgulho do que William tinha se tornado. Agora apresentava mais força, mas podia se ver um olhar cheio de meiguice, pronto para por seus sentimentos para fora quando fosse necessário.
A apresentação começou e imediatamente toda a platéia calou-se e passaram a se concentrar nos sons, perfeitos, que ecoavam pela igreja. Era como ser transportado de volta ao período barroco e sentir o fluxo de emoções se revirando em você. Podia-se perceber a compenetração da platéia.
William estava belíssimo, radiante, seus olhos brilhando, fazendo o que realmente amava. Dava para sentir sua entrega àquele momento.
Nyra percebia que a cada nova peça a platéia ficava mais leve: Vivaldi, Pachelbel. No final, parecia que todos levitavam.

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Assim que acabou a apresentação, William sentiu a brisa familiar:
- Nyra?
- William, que orgulho que sinto de você. - disse, abraçando a bochecha dele.
- Obrigado, Nyra. Que saudades que senti de você.
- Eu também. Você foi meu primeiro trabalho e até hoje o mais significativo. Não poderia ter recebido tarefa melhor. Você mudou o meu modo de ver as pessoas e a mim mesma.
- Nyra, só posso dizer o mesmo de você. Hoje sei que nunca seria feliz trabalhando com qualquer outra coisa que não música. Não tenho como te agradecer por tudo que fez por mim. Hoje sou outra pessoa.
- Não, William, não era esse meu objetivo. Hoje você é você mesmo. E eu também

Monday, 28 September 2009

Conto I - Parte II

Pra quem tá chegando agora, não esqueçam de ler o que já foi postado antes.

II Parte

Nyra começou falando:
- Tudo bem, vou aparecer. Mas fique calmo, e tente não se assustar comigo. Qualquer reação exagerada sua poderá ser fatal.
- O-o-okay – respondeu William, tremendo, supondo que algum ladrão tivesse invadido a sua casa.
- Certo, aqui estou.
- Aqui onde?
- Na sua frente, oras.
- Que espécie de brincadeira é essa? Não estou vendo nada.
- Nada?!? Estou logo diante de você, em cima dos seus livros.
Então William percebeu uma pequenina criatura. Parecia uma fadinha, mas esse tipo de coisa não existia de verdade, era tudo mito. Devia estar alucinando por estar desidratado ou algo do tipo. Virou em direção a geladeira para pegar algo para tomar, dizendo:
- Ótimo, agora estou vendo fadas.
- Olha, não é de bom tom começar uma conversa com ofensas. Eu sou uma Pixy.
- Uma o quê?
- Somos pequeninas criaturas, vivemos perto de árvores e do verde e de vez em quando ajudamos humanos. - “Porque ainda não entendi” - pensou Nyra
William olhou com mais atenção e viu uma criatura que lembrava a mistura de uma fada (por ser pequena e delicada, além de ter asas) e um elfo (pelas orelhas pontudas e cabelos da cor do Sol). Ela vestia um traje cinza, muito parecido com um vestido. Tinha cabelos longos, e parecia ao mesmo tempo ser frágil como um mosquito e arisca como um gato selvagem. Tinha mais ou menos o tamanho de um polegar, da unha até o pulso.
- Ahn, bem, desculpe por tê-la ofendido. - disse William, sem saber porque estava conversando com a sua alucinação.
- Tudo bem – disse Nyra, simplesmente porque tinha prometido à Maysta que seria o mais educada possível.
- E dona Pixy...
- Nyra, por favor.
- Okay, Nyra. - “senhor, até nome ela tem” pensou William – é comum pessoas do seu mundo andarem pelo meu mundo?
- É sim. O que não é nem um pouco comum é sermos percebidos.
- Então por que estou te ouvindo o dia inteiro?
- Provavelmente porque a Sábia tinha razão e há algo de especial em você.
- Como o quê, por exemplo?
- Fui enviada para ajudar um jovem a aprender a lidar com a sua sensibilidade, e dessa forma encontrar um propósito no mundo.
- Sua... Sábia.... disse isso?
- Sim. Fui treinada durante anos pela Sábia da Música, Maysta, para conhecer todos os estilos musicais de todos os mundos, e para entender o efeito que a música tem nas pessoas desses mundos.
- E eu sou quem você procura? Eu nem tenho nenhum interesse particular em música?
- É por isso que estou aqui.

Sunday, 27 September 2009

Conto I - Parte I

Não esqueça de ler o prólogo antes. ;)

I Parte

William estava saindo da aula de Literatura quando foi chamado por Charlie. Os dois teriam agora um período livre, e poderiam passar um tempo relaxando em um dos vários jardins da Universidade de Oxford.
William gostava bastante desta cidade. Claro que sentia falta de sua família que havia ficado em Londres, mas a distância não era tão grande de forma que podia visitá-los todo fim de semana (a não ser quando algo mais interessante estava acontecendo na Universidade, é claro).
Ele estava mais uma vez desabafando com Charlie sobre como estava com dificuldades quanto a que rumo seguir depois da faculdade. Gostava de estudar artes, mas não via futuro nisso, e se preocupava com sua segurança financeira. Além de sempre achar que estaria desapontando seus pais, que esperavam um futuro melhor pra ele, o filho que teve a oportunidade que eles não tiveram, completar os estudos.
Charlie desdenhava, dizia que era bobagem, que todo mundo passava por isso e tudo acabava dando certo no final. Mas a angústia no peito de William não diminuía. Estava pensando sobre isso quando ouviu um farfalhar de folhas atrás dele.
-Acho que vem chuva de novo.
-Por que? Nem vento há. É possível que esse seja o único dia sem gotas do ano.
-Mas eu acabei de sentir a árvore atrás de mim mexendo com o vento.
-Eu não senti nada. Além do que, precisamos voltar para nossas aulas.

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Terminadas as aulas do dia, William andava até o apartamento que dividia com Charlie. Como Charlie agora estava em período de esportes (coisa que William detestava), ele sempre fazia essa caminhada sozinho.
William continuava com a impressão de volta e meia sentir uma leve brisa em volta dele, mas percebia que mais nada se movia. Como Charlie havia dito, parecia mesmo que seria o único dia seco do ano.

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Mais tarde, estava estudando no seu apartamento, ainda sozinho, pois era a vez de Charlie fazer compras. Fechou tudo, porque continuava sentindo um ventinho. Sentou com sua cópia de “Um conto de Natal”, de Charles Dickens, o livro da semana de sua aula de Literatura. Sentiu mais uma vez uma brisa suave em seu cabelo, um leve movimento de suas mechas pretas e onduladas.
-Ora essa, de onde esse vento pode estar vindo?
Começou a rodear o apartamento, procurando alguma janela que pudesse ter esquecido aberta. Não encontrou nenhuma, mas continuava sentido brisas estranhas.
-O que está acontecendo?
Nyra, num sussuro, disse – Pode me ouvir?
William ficou estupefato. Agora estava ouvindo coisas também.
-De onde vem esse barulho?
Nyra tentou mais uma vez – Consegue ouvir minha voz?
-Claro que consigo. Mas quem é você e como entrou aqui?
Nyra ficou chocada. Isso não deveria acontecer. Um humano nunca deveria ser capaz de perceber a presença de Pixies.
-Não esperava por essa. – disse Nyra – Acho que teremos que conversar.

Saturday, 26 September 2009

Conto I - Prólogo

Então, povo, aqui estou eu em mais uma empreitada. Agora quero ver como me saio escrevendo histórias. Resolvi começar leve, com um conto. Por enquanto acho que ele terá 4 ou 5 partes, e vou mandar uma por vez, para que vocês possam ler aos poucos, sem ficar muito pesado (ou porque sou cruel mesmo).
Como sou péssima com títulos, nem me dei ao trabalho de inventar um. Então fiquem com:

Conto I

Prólogo

Nyra, Cyspar e Nydrim conversavam sob uma árvore. Cyspar fazia tranças nos belos cachos dourados de Nyra, que aproveitava o calor do sol em seu vestido verde, seu traje preferido. As três trocavam histórias, falavam dos Sábios, e falavam das novas flores que brotavam. Cyspar viu Kalony se aproximando e disse brincando:
-Vamos apostar pra quem algum Sábio manda 'recados' desta vez?
-Só espero que não seja pra mim - disse Nydrim. Ainda não me recobrei do recado enviado por Luthorn, sobre minha decaída em literatura.
Kalony se aproximava, e perceberam que se dirigia à Nyra. As outras duas relaxaram, dando um suspiro de alívio.
-Nyra, Maysta requer sua presença até o fim desta tarde em sua sala.
Kalony apenas acenou às outras duas e foi embora. Não era lá muito sociável, mas se orgulhava
de ser a mensageira dos Sábios.
Cyspar e Nydrim olharam para Nyra, que parecia não olhar para lugar nenhum. Ela não sabia o que pensar. Chamados de Sábios geralmente significavam coisas muito boas ou muito ruins. E ela temia que não seria o primeiro caso.
-Melhor ver do que se trata logo. No mínimo ganho pontos por prontidão. -Disse Nyra

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Nyra desfazia as tranças que ainda estavam pela metade enquanto subia a colina que levava ao prédio dos Sábios. Sentia um enorme frio na barriga, e tentava não pensar sobre o que esse encontro poderia significar. A ansiedade a fez apertar o passo, mas se controlou, pois não queria chegar esbaforida diante da Sábia.
Chegou a porta da Sábia da música e tocou o sino. Foi recebida pela sua assistente:
-Entre, Nyra. Maysta te aguarda.

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-Bom dia, Nyra. Estou muito grata pela sua prontidão. Tenho assuntos muito importantes a discutir com você.
-Não faria menos, Sábia. Sei que vosso tempo é valioso. “Assuntos importantes – pensou - o que será que fiz de errado?”
-Então vamos direto ao assunto.
Nyra gelou dos pés à cabeça.
-Eu e os outros Sábios percebemos um talento especial em você em relação à música – disse Maysta.
-… - Nyra estava sem palavras.
-E gostaríamos de lhe oferecer um treinamento mais específico.
-Como?
-Um talento como o seu não pode ser desperdiçado, Nyra.
-? - As palavras faltavam novamente. Talento? Como assim? Nyra nunca percebeu, nem foi tratada como se tivesse algum talento.
-Por isso você passará a receber um treinamento musical diretamente sob a minha supervisão.
-Hein?
-Pedirei que todos os dias, duas horas antes do jantar, venha à minha sala para que possamos conduzir nossos estudos.
-T-t-tudo b-bem...
-Estarei te esperando esta noite, Nyra.
Nyra foi direcionada para fora da sala pela assistente, ainda sem entender muito bem o que tinha acontecido.

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Cyspar e Nydrim continuavam no mesmo lugar. Nyra foi andando calmamente na direção delas, repassando a conversa com a Sábia em sua cabeça. Não sabia se ficava extremamente feliz ou morria de medo. Por um lado, ter esse privilégio, dividir momentos privados com qualquer Sábio, era o sonho de qualquer jovem Pixy. Mas o que era essa talento ao qual a Sábia se referia? E se fosse tudo um engano? E se todos se desapontassem com ela?
Quando chegou até as outras e contou que não se tratava de um puxão de orelha elas logo perderam o interesse. Nyra ficou com o pensamento distante, mal ouvindo a voz de suas colegas, imaginando como seria aquela noite.

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Informações referentes aos comentários: Adicionei imagens que não se referem exatamente aos personagens, mas dá pra ter uma idéia de como são. Tentarei por mais dados daqui pra frente.
E a próxima parte virá quando estiver pronta, mas nunca vocês terão mais de uma parte por dia. Só pra manter a tensão, hehe.

Sunday, 20 September 2009

Pra não dizer que não falei das flores

No último post, só falei da beleza de animais racionais e irracionais [Lógico que por racionais me refiro aos gatos (brincadeira, povo, meu senso de humor é bizarro, aprendam isso, e acho que isso remédio nenhum no mundo cura - culpem meu pai)] Mas é claro que em relação ao último post eu elevaria as pessoas mencionadas ao nível dos gatos, por que elas são realmente especiais. Outras, no entanto, não tenho dúvida quanto a inferioridade em relação aos bichos.

Bem, voltando à vaca fria (quem não entender essa pergunte à minha mãe, que nem eu lembro a lógica da expressão, mas acho o máximo), o ponto desse post é que quero falar de outro tipo de beleza, a vegetal (e não pense, C., que eu não vi o sorriso sarcástico se formar no seu rosto, pensando "Eu, falando em vegetais, ela que nem encosta em coisas verdes e não entendo como esse ser alienígena está vivo até hoje desse jeito" - estou te pegando pra Cristo, né? Veja o lado bom, você pode devolver e eu não posso falar nada). Pois saibam que a medicação tem funcionado até para corrigir esse problema, pois estou aprendendo a comer legumes e salada (L., se você estiver lendo, desculpe, tem uma pessoa a menos do seu lado. Mas eu sempre vou te entender. Vegetais podem ser malignos sim, se a situação não for adequada).

Voltando a vaca que agora não só está fria como já há larvas crescendo nela (quem mais acha que eu assisto muito CSI?). Nesse post quero falar sobre plantas e principalmente, flores, uma de minhas paixões. Sua beleza, seu perfume (que me revolto de não poder guardar em fotos). Sua capacidade de iluminar qualquer lugar, encantar, envolver, evocar sentimentos, lembranças, mexer até com a alma (como pode um ateu acreditar em alma? Vai entender essa maluca.).
Por isso hoje quis trazer um pouco delas. Não falo mais, pois já ouvi em algum lugar que ao falar da beleza você já a diminui, pois vira racionalização. Então vos deixo com a imagem:




Uma de minhas flores preferidas, por seu perfume contagiante (pra quem não sabe são jasmins).
Não tenho fotos das minhas outras preferências, lírios e damas da noite (e apesar de ser libriano, um dia, eu tenho esperança, ele vai me dar alguma delas). Adoro quando sou surpreendida ao passar por algum lugar e sentir um desses cheiros, inebriantes, sedutores.

Que o Monstro Espaguete Voador não permita que faltem almôndegas em vossas mesas.

Thursday, 10 September 2009

Pra quem não sabe S2 representa um coração

Faz um certo tempo que não escrevo. A última semana não foi nada fácil; uma vida que já estava difícil recebeu algumas complicações inesperadas. E sinto que a última semana foi uma grande névoa, uma mistura de tudo que já cansei que postar em meus poemas.
Mas, graças ao meu time de apoio, é possível que estejamos chegando no caminho certo. Pelo menos agora me sinto melhor, apesar de ainda lidar com resquícios de complicadores.
Hoje tive vontade de escrever, após um tempo de nem sequer perceber o mundo. Hoje quis por algo pra fora, mas cansei de falar da minha angústia. Ela vai embora mais cedo ou mais tarde.

Hoje quero falar do que tenho pra esperar. Do por quê ainda não desisti, nem vou, nunca.
Do que consigo ver de bom no mundo, mesmo quando tudo está ruim. Do que até dói ver quando estou mal porque parece que vou arrebentar pelo paradoxo.
Hoje quero falar de pequenas surpresas que a vida nos traz, inesperadamente. Amigos, em momentos que só eles trazem esperança. Já tive essa sorte algumas vezes. A amiga que apareceu em um lugar inesperado, e se tornou parte essencial da minha vida por anos (e aliviou o medo da primeira aula de dança que dei na vida, por que sabia que ela nunca me julgaria). Nos afastamos um pouco porque o ciclo da vida assim quis, mas isso vai mudar. E o novo precisa nascer, não é?
Do amigo de infância, que julguei esquecido no passado, parte daqueles momentos da vida que não voltam. E voltou, sem sabermos porque, mas que está trazendo alento, compreensão (acho que é mão dupla, né?). Algo muito importante para alguém que tem medo de conversar com qualquer pessoa.
Meus bichinhos, meus amores. Se tem alguma coisa capaz de me fazer acreditar na vida, na sua beleza, são os animais, com sua inocência, sua pureza, e sua perfeição. E quem tem outra predileção que me perdoe, mas pra mim nenhum bicho transmite isso como os gatos. Doces e afáveis uma hora, perfeitos caçadores na seguinte. Andam com uma suavidade impecável, como se nunca soubessem o que é sentir o peso do mundo. Te conquistam, se deixam ser conquistados. Esses vieram como presentes também, apareceram na minha vida, e me salvam, todo dia, porque quem ia querer deixar um mundo que comporta bichos tão fascinantes e apaixonantes como estes?
E ele, o maior responsável por eu estar no caminho da cura. Ele que aguentou as dificuldades, as incertezas, as dores, os erros. Que perdoou quando descontei minha dor nele, que entendeu quando nem eu mesma entendia, que me deu colo, suporte, cada vez que precisei. Ele que me deu forças pra por a dor pra fora, pra procurar ajuda. E cada vez que o desespero é grande demais, eu lembro do futuro que teremos, e nunca ninguém capaz de sonhar um futuro como o nosso deveria jogar isso fora, desvalorizar. E já trabalhamos tão duro até agora, não vou abandoná-lo quando estamos tão perto de sermos muito felizes, livres de tanta dor.

Hoje queria falar do bom. Da beleza, do amor.

Ainda tenho muita dor pra por pra fora, sim, mas, ah, como há coisas boas pra se ver...

S2


Thursday, 3 September 2009

Poem #8

I don't know what to write, but I want to
There are things I wish were different
There are scars that will never go away
Maybe there's someone to blame, maybe there isn't
But the anger is there, it's huge, it's raw
I wish I could let go of this feeling
I don't like it, it hurts me
I try, but I don't know how to do it
Sometimes it feels like it will never go away
I want it to go away

Sometimes it feels like it's buried too deep
And I'll never get there, I won't have the strenght
Sometimes it feels it's already part of me
With it's roots embedded in my body, in my skin
I try to break some of them, and it hurts even more
I try to go as deep as I can, but I run out of breath

I wish I was a Goddess
I wish I could go to Hell and back
Maybe then I would be clean
Maybe then I would be free

I'm not a Goddess
I'm just a person
I have my flaws too
I have my weaknessses
I'm afraid I'll never be strong enough
I'm afraid I won't take it

I need help
Help from the Goddess I don't believe in anymore
Because all humans are too weak
None of them can take everything
None of them is flawless

I need help from anyone who can get it to me
It would be easier if I still believed in the Universe,
but I have no reason to anymore
I saw too many mistakes, I saw too much pain
It's not fair, we don't deserve that

I only wish all the pain would just go away